A historia da drenagem linfática


Por volta de 1930, os doutores dinamarqueses Emil Vodder e Estrid Vodder, trabalhavam na Riviera Francesa tratando de pacientes com sinusites e outros sintomas semelhantes. O casal notou que os pacientes tinham como característica comum os linfonodos estavam inchados. Devido ao pouco conhecimento a respeito do sistema linfático que tinham na época. O casal passou a pesquisar o sistema linfático para entender o que causava inchaço nos linfonodos. Enfim, em 1932 depois de estudar por diversas vezes o sistema linfático, percebeu que poderia estimular a movimentação das linfas através de movimentos manuais.


Em 1936, o seu método passou a ser conhecido como um tipo de técnica manual de estimulação do sistema linfático em Paris, tratando não somente alguns sintomas da sinusite, mas diminuindo principalmente edemas. Após a segunda guerra mundial, em Copenhague, o casal Vodder passou a se empenhar a ensinar e multiplicar o conhecimento das técnicas desenvolvidas nos três anos de aperfeiçoamento da técnica. A DLM foi a primeira “ferramenta” reconhecida para tratamento de edemas linfáticos. 27 anos depois do trabalho do casal Vodder, o médico Dr. Johannes Asdonk comprovaria cientificamente os benefícios do método de Vodder.


Seu método consistia em, através de movimentos, encaminhar os dutos linfáticos para os linfonodos. Estimular os linfonodos através de pressão leve e encaminhar a linfa para o sistema sanguíneo. Para isso, a massagem era iniciada no pescoço e gradativamente buscava outras áreas do corpo. Ele dizia que era impossível eliminar as impurezas contidas no sistema linfático sem antes limpar o canal de saída.


“...quando o banheiro está inundado a gente precisa limpar em primeiro lugar o ralo e depois mandar a água em sua direção.” – Emil Vodder


Albert Leduc foi aluno dos Vodders na Belgica. Para Leduc, o assunto parecia coerente, mas sem muita base cientifica. Isso lhe motivou a pesquisar mais a respeito do sistema linfático. Suas pesquisas o levaram a conclusão de que o sistema linfático era composto por órgãos e tecidos linfoides. Com um estudo mais aprofundado, passou a desenvolver seu próprio método de drenagem linfática manual. Em resumo, o método de drenagem de Leduc segue alguns princípios do método de Vodder. Contudo, levando em consideração a movimentação do sistema linfático, Leduc não inicia sua massagem pelo pescoço, pois ao criar a técnica acreditava que tal pratica não surtiria tanto efeito para edemas e outros problemas que estivessem em regiões mais distantes.


Sua técnica consiste em estimular o sistema linfático através de movimentos circulares. As bases lógicas desta técnica são a absorção e captação de substancias “perdidas” nos tecidos intersticiais provenientes de edemas, alguns tipos de celulites e líquidos em excesso, encaminhando-os para o sistema linfático, circulatório e assim acelerando o processo de eliminação. Utilizando menos combinações de movimentos, a técnica foca mais nos problemas apresentados no corpo do paciente e na compressão dos nodos. Utiliza também bandagens e peças compressivas após a massagem.


Outros métodos novos surgiram ao longo do tempo, a maior parte baseado em Vodder. Métodos mais novos como Godoy e Propeli são mais conhecidos. Godoy, por utilizar um bastão flexível especial ao qual induz o líquido ao local de descarte e Propeli por juntar os melhores conceitos de Vodder e Leduc.


Texto escrito pelo Eduardo Meirelles em 2017.

Artigos

Aplicação de drenagem linfática.